D. João, para mim, é o instintivo religioso, o amoral místico, o estranho irmão de Madalena e Kundry. Como ele diz na minha fábula ao Conviva de Pedra: um possesso de eterno. Esta grande figura, do potencial trágico mais alto, tem sido interpretada muitas vezes; e no complexo do seu galbo heroico, tão rico de significação e de patético, e – suponho eu – inesgotável. Tentaram julgá-la, até puni-la. Eu por mim, mais simplesmente, tive de a dizer porque a amei e o meu amor quis exprimir-se em cenas.