Fala-se em diversos pontos das nossas províncias, com a seriedade que é própria a uma arreigada crença, de tesouros enterrados, que os mouros por aí deixaram, na esperança de voltarem um dia a resgatá-los, e já não têm sido poucas as escavações empreendidas no ávido intuito de os descobrir. Esta mesma noção histórica do povo é a que dá lugar a um outro frequente facto. Quando, no centro de qualquer aldeia, se eleva um palácio, um solar de família, distinto dos edifícios comuns por uma qualquer particularidade arquitetónica mais saliente, ouvireis no sítio designá-lo por o nome de Casa Mourisca, e, se não se guarda aí memória da sua fundação, a crónica lhe assinará infalivelmente, como data, a lendária e misteriosa época dos mouros. Era o que sucedia com o solar dos senhores Negrões de Vilar de Corvos, que, em três léguas em redondo, eram por isso conhecidos pelo nome dos Fidalgos da Casa Mourisca.
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- Índice
- I
- II
- III
- IV
- V
- VI
- VII
- VIII
- IX
- X
- XI
- XII
- XIII
- XIV
- XV
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- XIX
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- XXX
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- XXXIII
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- Conclusão