"Cavar em Ruínas" é um dos livros menos conhecidos de Camilo Castelo Branco. O próprio autor se desinteressou dele, não procurando reabilitá-lo do olvido através de uma nova edição. As razões são desconhecidas. Pode simplesmente ter sido por acaso. Mas talvez o facto de o autor contar peripécias, em tom jocoso, nem sempre abonatórias para os intervenientes, pudesse ter criado crispações com os familiares e descendentes de alguns dos visados. O título, Cavar em Ruínas, é uma expressão que o autor utiliza no último capítulo, intitulado “O meu condiscípulo”. «Isto é que é um triste e verdadeiro cavar em ruínas!...», confessa ele no início da nota autobiográfica, em que conta como conseguiu, aluno da academia do Porto, ser aprovado em Química graças à preciosa ajuda de um farmacêutico seu amigo. O cavar em ruínas simboliza na obra não só o rememorar de coisas esquecidas através da escrita, como essa sua experiência da juventude, mas também, para a maioria dos textos, vasculhar em livros e manuscritos poeirentos episódios que possam ser interessantes como lição moral ou como mero entretenimento para si e para o leitor. Os principais temas tratados andam à volta dos frades, em particular os Capuchinhos, o comportamento do clero e os desmandos do Santo Ofício. Nesta obra, encontramos um Camilo profundamente anticlerical e crítico mordaz da Inquisição.
- INTRODUÇÃO
- PREFÁCIO
- I
- II
- III
- IV
- V
- VI
- VII
- VIII
- IX
- X
- XI
- XII
- XIII
- XIV
- XV
- XVI
- XVII
- XVIII