A «Guerra Religiosa» na I República

A «Guerra Religiosa» na I República

  • Author: Brito Moura, Maria Lúcia de
  • Publisher: Universidade Católica Portuguesa
  • ISBN: 9789728361327
  • eISBN Pdf: 9789728361327
  • Place of publication:  Lisboa , Portugal
  • Year of publication: 2010
  • Pages: 640

Este estudo pretende mostrar o ambiente de «guerra religiosa» que se viveu em Portugal nos primeiros anos da I República (1910-1917), provocada por uma legislação que intentava ser o suporte ao processo laicizador considerado indispensável à construção de um Estado moderno. As populações nem sempre se mostraram submissas, recusando-se a abandonar crenças e tradições em obediência a decretos redigidos por livres-pensadores que não aceitavam os quadros mentais e sociais existentes. O combate fez-se sentir em diversas frentes: na escola, no registo civil, nas corporações cultuais, nas normas restritivas aos actos de culto, no consentimento ou na rejeição de padres que aceitaram integrar-se no programa republicano. Mais do que o debate político-ideológico, preferiu-se captar atitudes e comportamentos, reveladores do sentir de homens e mulheres, apanhados no agitar de ideias das primeiras décadas do século XX.

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  • Apresentação
  • Prefácio
  • Introdução
  • Capítulo I. O clero e a república – da expectativa benevolente ao episódio da pastoral
    • 1. As reacções às primeiras leis que atingiram a Igreja Católica
    • 2. Os problemas com as novas comissões paroquiais
    • 3. A primeira tomada de posição dos bispos. O episódio da pastoral
    • 4. Perturbações nos povos relacionadas com a pastoral
  • Capítulo II. A igreja católica perante a lei da separação
    • 1. O protesto dos bispos
    • 2. O receio do Governo
    • 3. A reacção do baixo clero
    • 4. O jacobinismo perante a recusa das pensões
    • 5. A vigilância sobre os sacerdotes
    • 6. A questão das vestes talares
    • 7. Os padres e as conspirações monárquicas
    • 8. A expulsão das residências paroquiais e as penas de desterro
    • 9. A perda dos cartórios paroquiais
    • 10. A situação religiosa em Portugal olhada do estrangeiro
    • 11. A política anti-religiosa e as confissões não católicas
  • Capítulo III. Padres pensionistas e padres não pensionistas
    • 1. A rejeição das pensões
    • 2. Guerra entre pensionistas e não pensionistas
    • 3. As discórdias no seio das populações
    • 4. O agravar da questão a partir de Julho de 1912
    • 5. O abandono das paróquias
    • 6. Em auxílio dos não pensionistas
    • 7. Os padres que se casavam
    • 8. Uma república de padres...
  • Capítulo IV. As associações cultuais
    • 1. A posição da Igreja perante as corporações cultuais
    • 2. A constituição das primeiras cultuais – um processo pleno de hesitações e de receios
    • 3. As cultuais constituídas
    • 4. O carácter laico das cultuais
    • 5. As orientações da Igreja
    • 6. Situações de conflito provocadas pelas cultuais
    • 7. As cultuais em Lisboa
    • 8. Os governos de Pimenta de Castro e Sidónio Pais perante as cultuais
  • Capítulo V. O «povo» contra o «povo»
    • 1. O “bom povo republicano”
    • 2. A iconoclastia
    • 3. Acções de coacção sobre os crentes
    • 4. As organizações de enquadramento do “bom povo republicano”
    • 5. A multidão dos silenciosos e invisíveis
    • 6. As armas da Igreja
  • Capítulo VI. A revolta no mundo rural – em defesa dos bens da igreja e dos seus sacerdotes
    • 1. Revoltas populares contra os arrolamentos
    • 2. A desconfiança para com a gente “da vila”
    • 3. Por trás dos motins estariam os padres?
    • 4. Redes de cumplicidade para salvar os bens da Igreja
    • 5. Os problemas com as residências paroquiais
    • 6. O atraso nos inventários
  • Capítulo VII. Os conflitos em torno do culto religioso
    • 1. A laicização do espaço público e as barreiras levantadas às procissões religiosas
    • 2. As dificuldades levantadas à condução do viático e aos funerais religiosos
    • 3. A Visita Pascal no centro de muitas tensões
    • 4. Os actos de culto após o pôr do Sol
    • 5. As questões em torno dos sinos
    • 6. Os problemas com o culto interno
    • 7. Igrejas que eram encerradas
    • 8. Um olhar do poder político sobre a religiosidade dos portugueses
    • 9. A transferência do sagrado – as festas de substituição
  • Capítulo VIII. As tensões em torno da obrigatoriedade do registo civil
    • 1. A opção revolucionária pelo registo civil
    • 2. O extremar de posições
    • 3. Os “padres civis”
    • 4. Os padres acusados de hostilidade para com o registo civil
    • 5. As populações perante o registo civil
    • 6. Os funerais no centro das tensões
    • 7. A laicização dos cemitérios
  • Capítulo IX. Na frente do combate – a escola
    • 1. O laicismo republicano contra a escola confessional
    • 2. Em torno da “neutralidade” do ensino
    • 3. O professor primário como agente de republicanização e descristianização
    • 4. Os professores católicos
    • 5. Colégios portugueses, de carácter confessional, no estrangeiro
    • 6. Seminaristas e ex-seminaristas
  • Capítulo X. A aplicação da lei da separação
    • 1. A diversidade de actuação das autoridades perante as medidas anti-religiosas
    • 2. A vigilância sobre o poder judicial
    • 3. Mecanismos de controlo dos magistrados
  • Considerações finais
  • Fontes e bibliografia
  • Índice onomástico
  • Índice toponímico
  • Índice geral
  • Resumo / abstract

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