Basílio Fernandes é um sujeito de trinta e sete anos, com senso comum, engraçado a contar histórias de sua vida, ativo negociante de vinhos no Porto, amigo do seu amigo, e bastante dinheiroso – o que é melhor que tudo já dito e por dizer. Seu pai chamou-se José Fernandes, por alcunha o Enxertado. Pegou-lhe a alcunha, porque, sendo ele natural de uma aldeia daquele nome em Trás-os-Montes, quando já era caixeiro, muitas vezes dizia aos seus companheiros de passeata, aos domingos: «O Porto é boa terra; mas lá como o Enxertado ainda não pus os olhos noutra!». A caixeirada, menos sensível à saudade das suas aldeias, ria do moço, e, por mofa, lhe chamava o Enxertado, alcunha que ele ajuntou ao seu nome com honras de apelido.