Insuportável, em Lisboa – o termómetro subindo sem atender a súplicas, subindo e putrefazendo tudo, os despojos subterrâneos e a frescura das mulheres, a carne de venda a retalho e a carne de aluguer, os artigos dos jornais diários e os artigos alimentícios. Em Lisboa transpira-se muito, pela pele e pelos criados. E às vezes, sob o influxo de uma hora de sol ou publicidade, qualquer pessoa se arrisca a ficar com a roupa alagada, e com a reputação em fanicos. No Verão, semelhante fenómeno exagera-se com violências equatoriais; nem gelados nem discrição logram atenuar-lhe os ímpetos – é sofrer ou partir. Eu parti.