Confesso-vos, ilustríssimos, sapientíssimos e amabilíssimos senhores, que eu me vejo confuso, perplexo e cheio de temor, todas as vezes que tenho que discorrer na vossa presença. Conheço que vós me pusestes neste lugar, não só para sondardes a minha insuficiência, mas também para me promoverdes a maiores estudos. Sei qual é para comigo a vossa indulgência; que desculpais os meus erros, e que me haveis de acudir com as vossas lições. Tudo isto sei, tudo vos agradeço; mas nada disto é bastante para vencer o meu justo receio; nada disto apaga a veemente ideia que tenho concebido da vossa erudição, dos vossos raríssimos talentos. Vejo-me na presença dos melhores oradores, dos melhores filósofos, dos melhores críticos; numa palavra, na vossa presença.