Quem é este novo e esdrúxulo poeta, este Sr. João Mínimo? – O mais que posso responder é contar tudo o que dele sei, que não é muito. Eu estava a respeito do Sr. João Mínimo na mesma ignorância perfeita em que está o público: era poeta de que não tinha a mínima ideia. Ora todos sabem que para se adquirir este nome em Portugal é necessário andar maltrapido, viver vida cínica pelos cafés e bilhares do Chiado ou do Quebra-Costas, onde, com o charuto na boca e o ponche ou a filipina na mão, se discute de sonetos, décimas, odes pindáricas e ditirambos, que são os únicos géneros hoje admitidos pela legítima, pura e ortodoxa poesia lusitana, fulminado terrível anátema contra toda e qualquer herética nequícia discrepante.