A Eufémia Troncha catava-o, fingia estalinhos insecticidas, fazia-lhe com a unha titilações, atritos suaves no casco da coroa, inventava para o nutrir e inflamar carícias e guisados, surpreendia-lhe o apetite com fricassés muito aromáticos, tinha meiguices e candonguices duma donzela que afaga pombinhos entre os seios virginais, decotava o corpete dos vestidos para lhe escaldar o sangue, fazia trejeitos lascivos de gata que se rebola escandecida nos telhados – uma croia velha com muita experiência sublinhada. Ao princípio, o abade agradecia com mocanquices, correspondia-lhe com exuberância de abraços, adormentava a sua dor abeberado naquela modorra deliciosa, julgava-se curado das saudades de Felícia, e, às vezes, repulsando uma ideia funesta, murmurava: «Que a leve o Diabo!, que a leve o Diabo!», e agarrava-se ao pescoço nédio de Eufémia como a uma forte prancha de nau descosida e escalavrada.