Reimprimem-se, em livro, alguns escritos que (...) o autor publicou em dois jornais religiosos. Reconhece ele que não é desculpa à desvalia de tais escritos o terem sido eles gratamente acolhidos em outro tempo; que não há de o publicador de suas ideias, mormente destinadas a doutrinarem e afervorarem espíritos em matéria de religião, prevalecer-se de verdura de anos e estudos, para republicá-las. Assim é; mas também é certo que o autor, ainda agora, tão longe para aquém das remansosas águas em que descansou, por pouco tempo, o atormentado esquife de sua vida, ainda agora vive na fé, na crença e na esperança daqueles tempos em que trasladava ao papel essas desambiciosas cogitações de sua alma, vivamente impressionada de coisas do céu, muito a ocultas e de fugida das coisas da terra. E nenhuma outra defesa oferece o autor já contra as razões respondíveis, já contra a mofa inofensiva dos bons e maus censores.