Chama-se este livro Noites de Lamego, em razão de serem proverbiais em comprimento, profundidade e largura as noites daquela terra, a tantos respeitos interessante, e, sobre todos os respeitos, interessante pelos excelentes presuntos que a caracterizam na história da civilização culinária, a mais prestadia de quantas há. Para uma daquelas noites infinitas, cuida o autor – pedindo vénia da imodéstia – que este seu livro deve de ser, numas compleições, leitura de engalhar o sono rebelde; noutras, distractivo expediente para aligeirar as horas. Está dada a razão do abstruso título.