Em 1875, Patrocínio da Costa publicou na Imprensa Literária, de Coimbra, a obra "Viagens no Sistema Planetário", que dedicou a Teófilo Braga. No ano seguinte, sai a segunda edição, sem a dedicatória. A obra é composta por doze cantos, cada um com um título diferente, em versos decassílabos (heroicos, como refere o autor), a grande maioria brancos, e alguns em redondilha maior com rima. Numa relação direta com a Divina Comédia, assim como Virgílio guia Dante através do Inferno e do Purgatório, Dante guia o autor pelo sistema planetário (Lua, Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter, Letes, Vesta, Saturno, Urano e Neptuno). Olímpia, a dada altura do périplo, substitui Dante, numa clara relação com Beatriz, a amada de Dante que o guiou pelo Paraíso. Em tom satírico, o autor aproveita, ao longo do seu périplo imaginário pelo sistema solar, para criticar e ridicularizar determinadas personagens da época, muitas delas suas conhecidas em Viseu e sobretudo em Coimbra: padres, bispos, papas, políticos, professores, filósofos, homens de ciência de quem discorda, criminosos, adúlteras, etc.