O mito de Viriato insere-se na tradição de se acreditar que há uma relação de continuidade entre os Portugueses e os Lusitanos. Estes são considerados por etnólogos e historiadores um conjunto de povos mais ou menos homogéneos na língua e nos costumes que habitavam uma grande parte do território atual português quando os Romanos iniciaram a conquista da Península Ibérica. Viriato já não é, como era há pouco mais de cem anos, apanágio do conhecimento de alguns. Graças à educação escolar, passou a pertencer ao imaginário de todos os Portugueses. Resta saber se, com as sucessivas reformas do ensino, com o crescente desinteresse pela leitura e com a gradual deterioração da identidade cultural, o rasto não se perderá nos mais novos.
- Cover
- Title page
- Introduçao
- I. Viriato como mito literário
- 1. Viriato como personagem histórica
- 2. Viriato como personagem literária
- 3. Os mitos em Portugal
- 4. Viriato e o mito do libertador
- II. Génese e nacionalizaçao do mito
- 1. Viriato na tradição greco-latina
- 2. Rutura e continuidade
- 2.1. Os Humanistas
- 2.2. Luís de Camões
- III. Viriato na literatura de resisténcia
- 1. Frei Bernardo de Brito
- 2. Manuel de Faria e Sousa
- 3. António de Sousa Macedo
- 4. Brás Garcia Mascarenhas
- IV. Viriato como motivo neoclássico
- 1. Manuel de Figueiredo
- 2. Manuel Maria Barbosa du Bocage
- 3. Manuel Caetano Pimenta de Aguiar
- V. Da desmitificaçao à apología
- 1. Viriato na literatura romântica
- 2. A polémica iniciada por Alexandre Herculano
- 3. Referências a Viriato entre a segunda metade do século XIX e o início do século XX
- O herói
- Os símbolos
- A epopeia
- Anticastelhanismo
- Republicanismo
- VI. Contradiçaeo e permanéncia
- 1. Da Primeira República ao Estado Novo
- 2. A crise: dos anos quarenta aos anos oitenta
- 3. O ressurgir do mito nos anos oitenta
- Conclusao
- Bibliografia
- Índice